No começo do ano de 2005, após inesperados trancos e barrancos, apertado com problemas financeiros e avaliando possíveis saídas, tomei uma das mais importantes decisões da minha vida.
Decidi casar, mais por necessidade financeira do que por convicção.
Arranjar uma esposa que estivesse disposta a me manter, não era uma tarefa fácil. Um homem maduro, solteirão convicto e sem muitas posses, não desperta entusiasmo.
As candidatas, como era de se esperar, não foram muitas. Acabei escolhendo uma moça chamada Tradução, quem, para minha surpresa, topou a parada, e aceitou.
Foi um casamento quase 100% de conveniência. Ela e eu sabíamos disso.
Forçado pelas circunstâncias, aprendi a conviver com Tradução, a respeitá-la e a apreciá-la sinceramente.
Por seu lado, ela soube compreender meu modo de ser, que não é fácil, e conseguiu se adaptar à sua nova vida. Passaram-se os dias, semanas e meses. De tanto conviver com Tradução, acabei gostando dela. E, milagre, gosto dela cada vez mais!
Dizem os franceses que existem duas categorias de homens: os que casam com a mulher que gostam, e os que gostam da mulher com a qual casam. Os segundos, concluem eles, provavelmente são mais inteligentes, vivem mais e são mais felizes.
Por Gonzalo G. Acquistapace - Ítalo-uruguaio, tradutor, ghost-writer e coordenador do Pronto-Socorro de Traduções 24 Horas.
No comments:
Post a Comment