Eu sei que estive bem caladinha ultimamente...
Eu sou assim... Um caramujo nos tempos mais difíceis...
Fico contraída... ouvindo o meu silêncio exterior tagarelando dentro de mim...
É só meu jeito de tentar entender tudo o que está acontecendo... como me afeta...
É meu momento de parar e tentar setar novas expectativas... novos planos...
E fico assim... extremamente calada por fora ainda que gritante por dentro...

Depois da mastec, descobri que muitas mulheres podem vir a perder movimentos do braço e outras podem sofrer linfedema se for feito o procedimento de esvaziamento linfonodal ,o que foi o meu caso.

Esvaziamento linfonodal axilar é um procedimento onde alguns linfonodos da axila são retirados. Os linfonodos estão localizados em tecido gorduroso e são difíceis de ser visualizados, logo o cirurgião retira uma porção do tecido gorduroso e o patologista separa cuidadosamente os linfonodos do resto do tecido. Os linfonodos são examinados sob um microscópio para descobrir se eles possuem células cancerosas. Este é o melhor meio de determinar o prognóstico e a necessidade de tratamento adicional, como quimioterapia adjuvante ou hormonioterapia.
O resultado da análise do patologista geralmente está disponível em uma ou duas semana. Se os linfonodos apresentarem células cancerosas, terapia adjuvante será recomendada. Se os linfonodos não apresentarem células cancerosas, a decisão sobre o uso de terapia adjuvante dependerá de vários fatores, incluindo o tamanho do câncer, a idade da paciente e se o tumor é sensível ao estrógeno.
Após o esvaziamento axilar, pode ocorrer acúmulo de líquido no braço e na mão do lado operado, causando inchaço. Esta condição é chamada linfedema. No entanto, com cirurgias menos radicais e atenção cuidadosa com o uso apropriado do braço e da mão do lado afetado, linfedema é menos comum e, geralmente, menos intenso. Com o esvaziamento axilar limitado, usado atualmente, a probabilidade de desenvolver linfedema é menor que 10%.

Meu braço ficou bastante inchado... Meus movimentos ficaram muito limitados por um tempo... Eu não conseguia erguer meu braço nem à 45 graus do chão.
Fiz algumas buscas na internet e acabei descobrindo que isso acontecia sim com várias mulheres pós mastec.
Fiquei preocupada... achei que não conseguiria recuperar esses movimentos, mas também não desisti... Meu Masto me indicou fazer fisioterapia e até peguei a guia, mas como foi enviada pouco antes das festas de fim de ano quando ninguém quer trabalhar muito e ficam todos mais pensando na roupa que vão usar na virada, sem ter retorno da Clínica, resolvi esperar o fim do ano e só voltar a procurar uma consulta esse ano.
Mas nem por isso parei... em casa, minha mãe até brigava comigo cada vez que me via forçando o braço... elevando-o ao meu limite... e além... doia... mas era o preço que eu estava disposta à pagar para poder ver o maior movimento re-estabelecido. Ela se preocupava dizendo: "Mas o Médico disse que pode?!" Minha resposta foi sempre: "É fisioterapia!!!" Ela brigava ainda: "Fisioterapia é com o Fisioterapeuta! Já marcou?!"
Eu entendo a preocupação... mas também espero que entendam os meus próprios esforços... eu não sou de sentar, chorar e lastimar... e continuei puxando o meu limite... cada vez que eu alcançava mais alto, eu ficava satisfeita com o progresso... mostrava para minha mãe até onde eu alcançava agora, também mostrava para meus filhos... até que uns 10 dias atrás eu consegui alcançar um copo no armário!!! Fiquei surpresa e feliz!!! É lógico que doeu! Mas valeu a pena! E continuei indo além do meu limite... sempre...
Meu movimento não está 100% mas está 99,8% restaurado!!! Acho que era bem por isso que estava enclausurada no meu caracol... mas a vida é surpreendente quando você não se acomoda!!!